Caso 1 - Uma casa mal-assombrada

Eu, O Administrador deste blog, permito-me iniciar o relato de um primeiro caso de um fenômeno estranho do qual tomei conhecimento há muito tempo atrás.
Já foi dito neste blog que os fenômenos estranhos podem acontecer mais frequentemente do que imaginamos. Assim, como um estímulo para que você reflita sobre suas experiências passadas e faça um apanhado de casos estranhos dos quais tomou parte ou ouviu falar, exponho aqui neste blog meus próprios relatos de fenômenos estranhos, embora que não sejam muitos, nem tão impressionantes, nem tão esclarecedores assim. De qualquer forma, eles ocorreram e merecem ser registrados. E ainda que eu não tenha a certeza de que vivenciarei mais fenômenos estranhos novos ao longo da minha vida no futuro, se vier a presenciá-los os registrarei aqui, caso esse blog ainda exista.
Dos poucos casos que vivenciei sobre fenômenos estranhos, cito inicialmente o Caso 1. É preciso que eu informe aos meus leitores que eu me dei o trabalho de fazer um apanhado de casos estranhos dos quais tomei conhecimento ao longo da vida e este, o Caso 1, é precisamente o primeiro caso porque foi o primeiro acontecimento estranho de que tive conhecimento na vida.
Embora eu tenha que omitir alguns detalhes para preservar meu anonimato, como expliquei aqui nesta postagem, o relato não fica prejudicado e podemos seguir em frente com ele sem maiores problemas.
Tenho hoje por volta de cinquenta anos de idade. Nasci no Brasil por volta dos anos 70, em uma das milhares de pequenas cidades do interior do país. Levei uma vida simples como muitos milhões de pessoas viveram naquela época. Eu morava com meus pais e irmãos por volta de 1974 quando tomei conhecimento deste primeiro caso. 
Morávamos em uma pequena casa de um vilarejo. Tínhamos uma vizinhança conhecida e unida, com parentes morando em casas próximas onde todos eram pessoas relativamente confiáveis e honestas. Eu tinha cerca de quatro, cinco anos de idade e ainda não frequentava a escola. Em frente a nossa casa, do outro lado da rua, havia uma casa relativamente grande e comprida, ladeada por um grande terreno vazio e limpo, na qual morava uma família composta por um casal de conhecidos com seus dois filhos. O marido era um senhor calvo com a idade aproximada de uns 40 anos, trabalhador rural, proprietário, junto com seus irmãos do vilarejo, de algumas terras produtivas nas redondezas. Seus filhos eram mais velhos do que eu e meus irmãos. Deveriam ter entre dez e quinze anos, e se me recordo bem, era um rapaz mais velho e uma mocinha mais nova. A esposa cuidava da casa. O marido saía cedo para a roça e voltava à tardezinha. Era uma família comum, sem nada que pudesse aparentar estranheza.
Exceto que um dia eles começaram a reclamar aos vizinhos, entre os quais os meus pais, que algo estranho estava acontecendo. Não ouvi o relato diretamente de ninguém da casa, porque certamente um adulto não falaria sobre esse assunto diante de uma criança. Ouvi o relato posteriormente de minha mãe, que comentava com nossa vizinha após tomar conhecimento do assunto. Algo acontecera nos dias anteriores naquela casa, embora imagino que a família que o vivenciou não se sentiu confortável de o relatar a terceiros sem antes ter alguma certeza do que estava acontecendo.
Eles andavam ouvindo e presenciando sons e fenômenos estranhos naquela casa durante as madrugadas. 
O vilarejo era um lugar seguro. A casa era ampla, comprida, bem conservada e limpa. Os quartos ficavam na frente da casa e a cozinha no fundo. Eles relataram que passaram a ouvir nos últimos dias, durante as madrugadas, o som da queda de objetos na cozinha. Aparentemente caiam panelas, vassouras, louças e talheres, mas sem motivo aparente e às vezes sem caírem de fato.  Não sei se os objetos realmente caiam ou se era somente o som da suposta queda dos objetos.
Após ouvir um primeiro relato, algum tempo se passou, algumas semanas, e obviamente eu, um menino, fiquei com bastante receio daquela casa até então tão tranquila e inocente.
Após algumas semanas ouvi novamente minha mãe comentando sobre os acontecimentos estranhos naquela casa com a nossa vizinha. Obviamente que sendo o vilarejo um local com uma maioria de moradores católicos, ouvi minha mãe comentar sobre a possibilidade de se chamar alguém, um padre talvez, para benzer a casa, ou coisa do tipo. E ouvi ainda que os fenômenos naquela casa não haviam cessado. Pelo contrário. Os moradores daquela casa relataram uma madrugada em que ouviram nitidamente a queda não de um único objeto, mas de todo um armário completo, com seus pertences juntos, em um estrondo que certamente deixaria qualquer um assustado. Mas ao chegarem à cozinha, o armário estava em pé, sem nada fora do lugar. Essa família continuou a relatar o som de quedas de vassouras e outros objetos e aparentemente era um assunto delicado de ser tratado abertamente naquela época e naquele lugar, onde as pessoas eram simples e pouco instruídas, e as convicções religiosas pesavam mais do que o interesse em se estudar mais detalhadamente esse tipo de acontecimento. É possível que eles, os adultos, tivessem mais informações sobre o assunto, mas, de qualquer forma, nada além disso chegou ao meu conhecimento.
Algumas semanas depois a família mudou-se da casa e foram morar em uma outra cidade vizinha.
A casa ficou vazia por um bom tempo, cerca de uns três ou quatro anos, até que sofreu uma breve reforma, uma pintura nova, sem entretanto sofrer mudança na estrutura, com os cômodos mantendo-se originais. Uma outra família, parente da que saiu, passou a ocupar a casa. Ao longo dos anos seguintes ficamos amigos dos nossos novos vizinhos e entrei naquela casa diversas vezes. Não me recordo de nada de anormal nela, exceto a lembrança da história dos sons da queda de objetos naquela cozinha. Os novos vizinhos, obviamente sabendo do caso, nada relataram de anormal ao longo dos anos que se seguiram e o caso caiu no esquecimento. 
Mas não para mim.
Nunca toquei no assunto com mais ninguém desde aquela época, mas obviamente casas mal-assombradas são coisas relativamente comuns.
Casas mal-assombradas de fato?
Hoje não sei se era mesmo esse o caso. Relato-o apenas para lembrá-los de que essas coisas, esses relatos, são bem mais comuns do que imaginamos, o que não quer dizer de forma alguma que seja esse o caso de fato, após uma boa análise e um bom estudo do assunto.
O que quero dizer é que naquela época, e ainda hoje na maioria dos casos, as pessoas não estão preparadas psicologicamente para encarar um evento desta natureza. Se os adultos naquele evento não estavam preparados, o que dizer de uma criança? Evidentemente que senti medo daquela casa. Por que não deveria sentir? Não houve nenhuma tentativa de explicação racional para o caso e, salvo uma explicação racional do tipo que até mesmo uma criança de cinco anos possa entender, então trata-se de um fenômeno estranho, uma anormalidade que somente poderia ser explicada pela ótica da religião. 
Mas quem, na ótica da religião, se importaria em perturbar uma inocente família criando o medo nas madrugadas?
O ente maligno, neste caso, é fácil de detectar, principalmente se a sua religião for a cristã. Pegue uma Bíblia e logo você estará apontando as forças do mau, o diabo, os anjos caídos, demônios e entidades diversas como as possíveis causadoras desse tipo de fenômeno. 
Entretanto naquela época eu ainda não tinha esse conhecimento da Bíblia e seus personagens. Ficou em mim somente a credibilidade nos relatos sem maiores considerações, e o medo que decorreu deles. 
Mas eu era uma criança e logo não me importei mais com aquela história. Segui com minha vidinha inocente, fui para a escola, aprendi a ler, comecei a ler a Bíblia, visitava minha avó, que era ótima contadora de casos assustadores, e esse medo do anômalo foi ganhando um novo contorno. Mas esses novos casos e esse amadurecimento de minha percepção será motivo de futuras postagens, porque são importantes por si sós o suficiente para relatos detalhados e esclarecedores.
O que resta deste primeiro caso é a possibilidade, e apenas a possibilidade, de que haja casas mal-assombradas. Esse tema é corriqueiro e complexo, e espero analisá-lo melhor ao longo do tempo.
Se você conhece algum caso de casa mal-assombrada, ou supostamente mal-assombrada, sinta-se à vontade para relatá-lo aqui. Seja detalhista, específico e aponte criteriosamente aquilo que é de fato estranho daquilo que é somente exagero, medo e suposição das mentes das pessoas que vivenciaram o caso e estavam ou estão contaminadas com a irracionalidade e a imparcialidade que decorre da estranheza deste tipo de acontecimento.
Você não é capaz de fazer essa separação entre mito e fato?
Calma. Continue lendo este blog que em breve chegaremos a essa habilidade. Se não a possui, não se culpe. Apenas relate.

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