Caso 54 - Eram os deuses...?

 Caso 54 - Eram os deuses...?


Eu havia me formado em 1990 em uma escola militar e agora estava servindo em uma base aérea em uma cidade no interior do Brasil quando tive a oportunidade de ler o livro de Erich von Däniken, "Eram os deuses astronautas?". Ou teria sido antes, em 1989, quando ainda estava na escola militar? Não me recordo, mas minha sensação, hoje, é a de que o li em 1992 e não em 1989. De toda forma, não faz muita diferença agora. Vou considerar a data de 1992, apenas por ser a mais recente.

Eu já havia ouvido falar desse livro em algum momento no passado. Afinal, durante a década de 70 e 80 do Século XX esse assunto foi muito falado e o livro fizera, e ainda faz, bastante sucesso. Mas eu não me recordo quando, nem por qual meio, ou por quem, eu ouvi falar do livro. Somente me recordo que sabia de sua existência de alguma forma.

Eu já gostava muito de ler naquela época. Tinha já lido vários livros sobre astronomia e astronáutica enquanto estava no final do primeiro grau, por volta de 1980 a 1984. Conhecia o livro e assistira a série de televisão "Cosmos", de Carl Sagan, e tinha uma boa noção do que havia de mais moderno naquela época em termos de tecnologia de naves, satélites, ônibus espaciais, telescópios óticos e radiotelescópios, e sabia que o universo era imenso e misterioso.

E, obviamente, eu conhecia a Bíblia relativamente bem para um adolescente. Não que tivesse maturidade para compreender seu alcance espiritual, mas eu a lia regularmente e conhecia bem sua estrutura, encadeamento histórico e passagens mais importantes. Assim, o livro de Däniken apareceu no momento certo de minha formação intelectual.

Até então nunca me ocorrera a ideia de que eventos passados, inclusive passagens bíblicas, pudessem se relacionar com a astronomia e a astronáutica. Mas para mim o livro fez sentido, ao menos nos termos que o próprio Däniken o propôs: como uma forma de especulação não necessariamente científica, mas como uma forma de estímulo intelectual no sentido de se tentar reinterpretar passagens históricas diversas, eventos históricos e registros arqueológicos históricos diversos sob um novo ponto de vista, mais desafiador, embora igualmente estimulante.

Como esse é um livro muito rico em todos os sentidos, eu falarei mais sobre ele aqui. Eu o li por volta do ano de 1992, como já disse, e depois o esqueci por um bom tempo. Tinha lido uma edição que tomei emprestada da biblioteca municipal da cidade onde morava, e tive de devolvê-lo dentro do prazo estipulado, de forma que não o reli, como deveria tê-lo feito se quisesse conhecê-lo melhor. Mas mesmo que o tivesse em uma cópia somente minha, ainda assim eu não tinha a maturidade intelectual suficiente para estudá-lo da maneira correta. Talvez ainda hoje eu não tenha essa maturidade, mas nem por isso deixarei de tecer aqui neste blog minhas considerações sobre o que ele trás. E acredito que foi bom não ter me atido a ele quando de minha primeira leitura, porque, embora o livro tivesse sido escrito já há algum tempo, a época que o li era outra quando comparada a de hoje.

Escrito em 1968 e tendo feito sucesso imediato na Europa e Estados Unidos, ele foi lançado no Brasil em 1969. Portanto, quando o li já havia se passado 23 anos desde o seu lançamento. Era um bom tempo em termos de se avaliar suas propostas e se sugerir respostas adequadas cientificamente, mas onde e como obter essas tentativas de respostas, já que na época não havia Internet? Certamente as pessoas que o leram ficaram curiosas e a comunidade científica tratou de negar, desmistificar ou confirmar algumas das ideias ou dúvidas trazidas no livro. Mas, tendo somente o papel dos jornais, livros e revistas científicas como veículo para a comunicação desses trabalhos, era certo que eu não obteria nenhuma resposta séria de nenhuma fonte confiável, ainda mais sem saber, à época, ler em qualquer outra língua que não o português.

Mas então o reli em 2020. Desta vez li-o em uma edição digital, em PDF. E então estamos em outra época. Já se passara 52 anos de seu lançamento. Há muito mais trabalho sobre o assunto do que havia em 1992. E mais: agora isso tudo está disponível pela Internet. E mais, muito mais. Däniken ainda está vivo no momento em que escrevo esse texto. Ele está com 89 anos, e escreveu dezenas de outros livros sobre o tema, além de ter influenciado toda uma geração de escritores e cientistas, a despeito da aversão que tenha despertado e ainda desperta na grande maioria da comunidade científica. Essa aversão, no entanto, não desmerece seu feito de ter jogado ao público uma forma nova de se tentar entender coisas que aparentemente eram dadas por certas pela comunidade científica tradicional e, por tabela, pela comunidade de cidadãos leigos do mundo todo, que consomem as narrativas da comunidade científica sem muito critério e sem contestação, o que nem sempre é uma boa forma de se pensar e agir nos dias de hoje e em todas as épocas.

Portanto não me estenderei nesse texto, mas deixo aqui registrada a minha intensão de tomar os tópicos que considerar interessantes no livro de Däniken e estudá-los melhor, já sob uma ótica de conhecimentos trazidos por pesquisas as mais recentes possíveis e, sendo possível, realçar as dúvidas trazidas no livro que ainda estão por serem respondidas, ou que não foram de todo respondidas ou pacificadas.

Assim, falaremos mais adiante, nas postagens futuras deste blog, sobre temas instigantes, como, por exemplo, Nazca, Piri Reis e outros temas originalmente tratados neste primeiro livro de Däniken, e veremos a que conclusões podemos chegar nos dias de hoje, passado mais de meio século de seu lançamento.

Se você, leitor, leu o livro e tem opinião formada sobre algum tema dele em particular, por favor, fique à vontade para postar sobre o que pensa aqui neste blog.

Ficaremos felizes em saber o que pensa sobre o assunto.

Comentários

Postagens mais visitadas