Caso 42 - Os crânios de cristal

Os crânios de cristal


Foi em uma noite de domingo assistindo ao programa de televisão tão famoso e tradicional da Rede Globo, a maior rede de comunicação do Brasil, que eu vi, por volta de 1980, que haviam crânios de cristal descobertos em algum lugar da América Central e que não tinham uma explicação razoável.

Cid Moreira, o apresentador, ou talvez Sérgio Chapelin, descreveu com voz grave as dificuldades encontradas para se apresentar uma explicação simples para aqueles artefatos misteriosos.

O material usado para confeccionar os crânios, dizia, era muito puro e duro, e não havia marcas visíveis de ferramentas que os esculpiram, sendo polidos e lisos de maneira que pareciam ter sido feitos com muito esmero, de uma maneira que até mesmo nos dias atuais um bom artesão treinado em trabalhar com cristais não teria sido capaz de ter feito nada igual.

Quem fizera?

Não se sabia. 

Teriam sido os astecas, ou olmecas, ou maias?

Ou teria sido feito por alguma inteligência alienígena que visitou nosso planeta em tempos remotos e, dotada de tecnologia avançada que não fazemos ideia qual seja, deixou os artefatos como prova de sua existência, seja para nos acalmar, seja para nos assustar?

Não houve uma resposta satisfatória naquela apresentação, e o programa terminou.

Fui dormir com a sensação de que há muito mais mistérios nesse nosso vasto mundo do que poderíamos supor.

Mesmo que fossem obras dos índios, eles teriam sido pessoas dotadas de habilidades surpreendentes, e nós ainda não estaríamos aos seus pés em capacidade de criar objetos de cristal, embora já tivéssemos bombas atômicas, satélites no espaço e tecnologia dos computadores.

Nunca esqueci esse dia.

Mas nunca mais me preocupei em saber mais. Naquela época, sem meios de comunicação e pesquisa dos quais dispomos hoje, tudo parecia muito difícil em termos de informação. E das coisas que li, somente uma década depois é que realmente algo tinha relação com aqueles crânios. Era o livro clássico de Erik Von Daniken, "Eram os deuses astronautas?".

Evidentemente que esse livro e seu autor eram pontos de polêmica e curiosidade na época do programa do Fantástico. Escrito no final da década de sessenta do Século XX, seu autor era ainda relativamente jovem e os pontos que abordava no livro eram ainda pouco conhecidos. A mídia explorou esses temas por um bom tempo, e essa talvez seja uma das razões de a Globo ter criado aquela matéria de cunho jornalístico especulativo. A televisão sempre soube explorar muito bem esses temas, e outros até mesmo mais fantasiosos, como extraterrestres, lendas urbanas e questões espirituais em voga na época. O sucesso de Daniken, por exemplo, não foi único naquele período. O filme "O exorcista" gerou uma onda de interesse por temas misteriosos e houve uma janela de oportunismo para as mídias televisivas da época, ao longo e até ao final da década de setenta e começo dos anos oitenta.

Depois, o assunto foi diminuindo de interesse junto à sociedade. Ao menos de minha parte não ouvi mais nada tão surpreendente quanto a história dos crânios de cristal. Também de minha parte entrei na adolescência e perdi o interesse por televisão. Sem o apelo das imagens televisivas, revistas e livros sobre o tema nas bancas de jornal não chegaram a chamar minha atenção. 

Foi somente mais tarde, já por volta de 1990, que meu interesse tornou a ser desperto por eventos que ainda relatarei aqui, neste blog, mas não agora. 

E embora eu não tivesse interesse por livros de mistério, ao menos o nome do livro de Daniken eu sabia, de alguma forma, que existia. Seria ele parte das listas dos mais vendidos nos jornais e revistas da época? Talvez sim, talvez não. Não me recordo dele lá, mas nem por isso as sessões de jornais e revistas que trazem listas dos mais vendidos deixa de falar de livros de modo geral, e talvez eu tenha lido alguma coisa sobre este livro em algum lugar que não me recordo, mas não importa. O que importa é que o livro de Daniken tocava em assuntos que eram relacionados de alguma forma com os crânios de cristal. E ele não escreveu somente um livro. Ele escreveu vários ao longo dos anos e creio que ainda escreve. É possível que algum outro livro dele tenha entrado em alguma das listas dos mais vendidos e eu tenha tomado conhecimento dele e de seu livro mais famoso e antigo por esse caminho, em alguma resenha de algum outro livro seu, ou algo assim.

Mas o assunto dos crânios de cristal não aparece no principal livro de Daniken. Esse assunto para mim até agora não está de todo resolvido. Não que não haja uma explicação. É que eu não estudei o assunto da maneira como deveria.

Esse assunto então será melhor analisado aqui, neste blog, em um momento oportuno.

Você já ouviu falar nesses crânios?

Quem você acha que os criou?

Conte-nos nos comentários.

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