Caso 35 - Objetos que voam

Ainda que quase todos hoje em dia saibam o que significa a sigla UFO ou OVNI, parece certo que poucos reflitam sobre esse fenômeno de forma clara e objetiva.

As siglas UFO - Unidentified Flying Object, e OVNI - Objeto Voador Não Identificado são conhecidas. São, na imaginação popular, discos voadores, seres de outros planetas, alienígenas do espaço. Mas essa visão leiga do tema não pode encobrir a sua natureza sutil, complexa e curiosa.

Vou adotar a sigla UFO neste blog para manter um padrão que considero mais fácil e abrangente.

Embora haja uma sigla, parece certo que o fenômeno em si precede nomenclaturas e áreas de pesquisa leiga e profissional. Não vou me aprofundar neste texto sobre o passado longínquo e seus relatos de objetos voadores, que passa pela conhecida Bíblia, mas não se restringe a ela.

O que é certo é que o fenômeno UFO é relativamente recente. Parece que foi no Século XX que ganhou status de área de pesquisa. Havia relatos nos séculos anteriores, mas nunca tantos quanto no Século XX.

É possível relacionar a explosão de relatos do fenômeno UFO com o surgimento da aviação e da tecnologia espacial neste mesmo Século XX?

Sim, claro, e essa relação é óbvia demais para ser ignorada mesmo pelos mais leigos no assunto. Assim, os casos anteriores ao Século XX ganham destaque, porque parecem mais autênticos. Sob esse ponto de vista eles são aparentemente mais genuínos, embora sejam mais difíceis de serem comprovados, porque os meios de prova são muitíssimo mais frágeis.

Como todas as pessoas vivas hoje já nasceram após o desenvolvimento das indústrias aeronáutica e espacial, fica muito difícil dizer que um relato pessoal qualquer é verídico. Por verídico me refiro a se o que é relatado trata-se mesmo de um objeto não identificado do ponto de vista científico e não do ponto de vista do observador que relata. 

Essa distinção é fundamental porque, apesar de bilhões de pessoas coexistirem com objetos tecnológicos que voam na atmosfera e no espaço, poucos os conhecem bem a ponto de saber que aquilo que é visto é explicável como sendo um objeto humano e não um fenômeno de origem natural ou de origem extraterrena.

Objetos que voam não precisam ser de origem artificial. Afinal, pássaros voam sobre o planeta a milhões de anos. Mas a natureza pode proporcionar experiências de objetos que voam que não são necessariamente pássaros. E um olho destreinado não é capaz de diferenciar objetos naturais de objetos artificiais quando o assunto é UFO.

De minha parte, nasci em uma época em que aviões e foguetes já eram coisas relativamente populares. Os aviões muito mais que os foguetes e satélites, mas mesmo esses não eram de todo desconhecidos, porque quando nasci o homem já havia pisado na Lua. Não era e ainda hoje não é muito óbvio de se perceber foguetes e satélites, mas os aviões não eram raridades do ponto de vista de quantidade de ocorrências.

Mas o fato de já haver muitos aviões desde o começo do Século XX não significa que todo mundo saiba que aquilo que se observa é ou não o caso de um avião, porque há infinitos pontos de vista e muitíssimos observadores desqualificados para perceber se o que se vê é ou não um avião, ou um helicóptero, ou um balão, ou um foguete, ou um satélite, ou um planador, ou uma asa delta, ou um paraquedas, ou seja lá o que for que pode ser feito pelo homem e que pode ser visto nos céus de forma a criar dúvida e confusão na mente de quem vê, se essa mente não é treinada.

Como uma mente então é ou pode ser treinada para saber se aquilo que vê é um acontecimento explicável ou não do ponto de vista do tema UFO?

Cada pessoa é única e tem uma história de vida e de acúmulo de experiências sobre esse assunto. Por isso, falo agora por mim mesmo e de minha experiência sobre o assunto.

Sei que um avião é um objeto feito pelo homem porque fui sendo ensinado aos poucos, desde muito pequeno, a observar as coisas que acontecem no mundo à minha volta, como acredito que foram quase todas as pessoas mundo afora.

Sei que um avião faz barulho no céu. Se olhar bem, posso correlacionar o barulho com o objeto que vejo. E, ao longo dos anos, e devido ao meu interesse em aprender sobre esse assunto, acabei descobrindo que aviões não são coisas sem significado no céu. Eles possuem forma específica, voam em alturas variadas, velocidades variadas, produzem sons diversos e nem tudo que voa pode ser chamado de avião. Há uma grande variedade de objetos voadores feitos pelo homem. Com um pouco de boa vontade e curiosidade, pode-se explicar a grande maioria das coisas vistas nos céus mundo afora. Aviões podem deixar rastros por onde passam. Eles brilham quando refletidos pela luz do Sol ou emitem suas próprias luzes. Com o tempo, uma pessoa pode treinar sua capacidade de observação para distinguir detalhes que para um leigo parece inexplicável. Não estou dizendo que eu sou um especialista em observação de objetos no céu, mas eu posso garantir que sei mais do que a grande maioria das pessoas sobre esse tema. Por isso não me impressiono tanto com a maioria dos relatos sobre UFOs.

Ao mesmo tempo, sei quando devo me impressionar com algo que me parece realmente de difícil explicação. São esses os casos que gostaria de analisar aqui, neste espaço de textos pessoais. É claro que um relato sem maiores provas perde bastante da credibilidade, mas, de qualquer forma, como o assunto é tão cheio dessa incerteza, permito-me incluir meus relatos dentro desse abundante conjunto temático.

Objetos que voam podem, sim, ser surpreendentes, uma vez entendidos dentro do contexto que explicito acima. Eles podem ser surpreendentes na medida em que corretamente analisados, deixam de compor o rol de coisas comuns e explicáveis, mesmo que raras ou surpreendentes para o observador ou mesmo para os especialistas no assunto. Nem tudo precisa de grandes provas. Se quem observa, ou quem estuda o relato, conhece as possibilidades de explicação dentro do possível pela tecnologia humana atual e o possível dentro do que é conhecido dentre as ciências naturais, vier a entender que o caso é fora do comum, então estamos diante de um relato que merece uma tentativa de explicação, ou, pelo menos, merece ser preservado e considerado como digno de registro e estudo futuro, quando então, talvez, alguma explicação mais sensata se torne disponível.

Enquanto essa explicação não vem, esse tipo de relato permanece para nos assombrar, ou nos desafiar, ou nos entreter, ao menos.

Se algum relato meu ajudar a entretê-lo, dou-me por satisfeito. Não creio que teremos respostas tão cedo para a maior parte dos relatos sérios do fenômeno UFO.

E especularei sobre o que penso que seja uma ou várias explicações para esses casos sérios, mas não agora.

Por enquanto preciso relatar bem o que vi e sei que é digno de alguma confiança.

Depois, as especulações. Espero também que elas sejam boas. Elas, as especulações, ou tentativas de explicações, são tão fascinantes, ou mais, que os relatos em si, e, embora não me julgue capaz de ter nada original, acho que posso apoiar essa ou aquela teoria que mais me parece séria e de maior poder explicativo. Dificilmente alguma ideia explicativa já não foi pensada antes, mas nem por isso essas ideias não deixam de ser interessantes e merecedoras de maiores considerações. E mais: elas sempre estão surgindo, dia após dia, das mentes das pessoas mais diversas mundo afora. De certa forma, parece que mais dia, menos dia, alguém acertará no alvo e teremos então como chegar mais perto de uma resposta definitiva para os casos mais difíceis.

É o que veremos ao longo dos anos.

Por enquanto são esses meus primeiros comentários sobre esse tema obscuro e fascinante.

Espero que goste e contribua.

Se tiver algum caso interessante, fique à vontade para relatá-lo neste blog.

Se não, apenas leia e pense. Se quiser, pode também escrever sobre o que pensa a respeito, mesmo sem nunca ter visto nada em especial nos céus.

O importante é tentar entender esses objetos que voam, mas não são identificados.

Comentários

Postagens mais visitadas